sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008


A Joana em dia de cantora pimba!

A viagem à serra

Finalmente chegou o dia, o dia em que iam à serra fazer uma batida.
O menino acordou às sete horas da manhã, o que não era habitual, e pôs-se a comentar baixinho, para não acordar ninguém:
- Será que vamos à serra cedo ou tarde? É que estou ansioso!...
Levantou-se da cama, vestiu o roupão e, em bicos de pés, foi à cozinha, bebeu um leite frio que lá estava e foi espreitar à porta do quarto dos pais se ainda estavam a dormir.
Os pais ouviram os passos do menino e com todo o carinho a mãe perguntou-lhe:
- És tu filho?
- Sim, mãe, sou eu.
- Já estás a pé a esta hora?
- Sim, não conseguia dormir, estou muito excitado.
- Filho, desculpa interromper-te mas não podemos ir muito cedo, talvez no fim do almoço. - disse o pai.
- Está bem pai.
- Correu para o quarto super entusiasmado, tirou o roupão e o pijama e começou-se a vestir com rapidez.
Almoçaram e depois o pai disse:
- Filho, vamos?
- Sim. Sim. -respondeu o menino.
Vestiram o casaco e saíram de paus nas mãos. Encontraram-se com os amigos e começaram a batida. Ao meio do caminho viram umas silvas a mexer e o pai do menino disse:
- Eu vou ver o que se passa.
- Vai e não te demores. - disse menino.
- Au. Au. - disse o pai com uma voz esquisita.
- O que aconteceu pai?
- Acho que me mordeu.
- O que é que te mordeu? - perguntou o menino.
- Não sei.
- Deixa-me ver o que é que está no meio daquelas silvas. - disse o menino.
Chegou perto das silvas e com todo o cuidado ergueu os braços e levantou um lobinho. Era peludo, olhos pequeninos e tinha um focinho húmido.
O menino reparou que ele tinha uma ferida na pata, e com plantas fez o curativo. Como era fofinho pediu muito ao pai se podia ficar com o lobinho e o pai deixou.
Chegaram a casa e a mãe perguntou:
- Porque demoraram tanto tempo?
- Porque encontramos um lobinho e eu fiquei com ele mãe.
Chegou ao quarto, pousou o lobinho e disse:
- Isto é que foi uma aventura não?
Os homens conseguiram afugentar a alcateia e toda a aldeia ficou tranquila.

Joana Melo Pereira
9 de Janeiro de 2007